segunda-feira, 20 de julho de 2009

Toca Raul o caralho.



"The decline in music sales – they fell by 15% from 1997 to 2007 – is the focus of much discussion. However, adding in concerts alone shows the industry has grown by 5% over this period. If we also consider the sale of iPods as a revenue stream, the industry is now 66% larger than in 1997."


Esse gráfico mostra dados do que podemos chamar de 'economia da cultura' ligado a produção músical, nos EUA, no período de 1997 a 2007.
O que acho interessante nesse gráfico é a amostragem do crescimento de eventos ligado a shows musicais. (concerts).

Em se tratando de Brasil, e ainda mais, de eventos ligados a bandas de rock independentes, acho que o momento é parecido, mas com certeza é proporcionalmente bem inferior a demanda por rock independente que existe nos EUA.

Na turnê que o Instiga fez pelo interior de São Paulo pudemos constatar que existe estrutura física para a produção de shows de bandas alternativas. Mas o problema é a falta de uma cultura que valorize o trabalho de novos artistas nacionais.

Cidades grandes e importantes como Marília, Rio Preto & Presidente Prudente tem a 'cultra de valorizar o rock cover' e não há qualquer movimento expressivo pela cultura da música independente nacional. Se comparadas com Ribeirão Preto, que tem várias casas de shows que dão espaço para novas bandas de rock, e onde a festa Groselha Fuzz é uma referência do que podemos chamar 'cultura de valorização' do rock nacional atual, Marília, Rio Preto e Presidente Prudente são cidades praticamente virgens nesse tipo de projeto e movimento cultural.

Se o estado de SP, é o mais rico do Brasil, eu imagino que o panorama dos eventos ligados a rock independente em outros estados esteja em situação bem inferior. Com exceção das capitais, penso que as bandas dos outros estados devem se ver bem mais presas e sem tantas possibilidades de fazer turnê.

Aqui no estado de SP, eu posso afirmar que é possível fazer bons shows nas cidades de Campinas, Ribeirão Preto, São Paulo, São Carlos, Araraquara, Pindamonhangaba, São José dos Camos, Limeira, São Bernardo, Guarulhos e Sorocaba.
Mas em todas as cidades, ainda é necessário ter um bom produtor local envolvido.

Durante a turnê do Instiga, do "Tenho uma banda", escutamos diversas vezes esses pedidos do "toca tal coisa.."
Quebrar essa cultura preguigoça e preconceituosa é o grande desafio dos novos produtores e das bandas independentes.
Para a platéia que pede o'toca raul' música não é arte. Diria que é alguma coisa mais próxima de um lanche do macdonalds."Pede o número 1, que é mais fácil."
Muita vezes pode ser carência até. Falta de conhecimento de mais música.

A arte só pode ser apreciada por aqueles a deixam se sobrepor sobre seus preconceitos.
E falta muito para atingirmos esse tipo de cultura e educação musical no Brasil.

Ainda assim contra o barbarismo da opinião das pessoas pouco cultas, que tentam fazer da música apenas mais um 'lanche do macdonalds', tenho certeza que estão brotando bons movimentos de incentivo a produção independente e alternativa.
Esse fomento a música de novas bandas nacionais vai criar um circuito de eventos em alguns anos. Um circuito de apreciadores do frescor da nova música.
Aí está chance do rock nacional voltar a ser encarado com um pouco mais de conceito artístico.

Assi acredito, que teremos cada vez melhores bandas, melhores platéias e melhores músicas.

2 comentários:

  1. Curti a análise, mas eu ainda colocaria Campinas no grupo dos "adoradores de cover". Aliás, acho que iniciativas como Abrafin e Fora do Eixo estão ai justamente pra tentar melhorar boa parte dessa loucura que é ser independente no nosso país, principalmente fora das grandes capitais.

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