terça-feira, 22 de setembro de 2009

Não me peça sintonia

Que devaneio claro acabaste de namorar
quem dera ter tantos cruzeiros pra te curar
e sua mao tao frigida falou
'seja sempre bela e pague quem te curou'.

Não jaziam ali os homens que morreram
mas voce perguntou onde coloquei os cadaveres
eu os acolhi no quinta surrado de casa
e fiz um belo churrasco em cima de sua morada.

caminhamos tanto tempo que a lua perguntou:
'quantos olhos pegamos' pra saber quem a avistou.
E eu nao sabia se a pergunta era pra mim
mas prontamente respondi, 'tenho somente um olho e um atim'.

E voce que esperava uma breve resposta
teria sua carta jogada na porta
antes mesmo de sua vovó te chamar a atenção
por ter sido um netinho mal
um incompreendido ladrao

e de tanta confusao um poema quis nascer
que nas loucuras de um poeta
procuraste aparecer.

e assim, tentando conceber
as linhas e à sua fluidez
falamos avidamente
sem pedir um pingo de nitidez.

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